terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O mostruário da vitrine é sempre mais barato.


De vez em quando acordo com os pés virados para a cabeceira da cama. Sou estranho, reconheço, juro que tento ser mais racional, menos sonhador, menos apaixonado e mais responsável. Não sei explicar alguns sentimentos, queria mesmo era não saber senti-los ou pelo menos saber controlá-los, mas a única coisa que consigo é torná-los mais intensos.
A cada dia que me levanto prometo pra mim mesmo, organizar tudo o que está desorganizado. Do meu quarto, que volta e meia está de pernas pro ar, aos arquivos do meu computador, dos meus horários que se chocam e me pedem que eu esteja em dois lugares ao mesmo tempo, aos meus pensamentos, tortos e incoerentes. Mas na confusão de tudo, sempre encontro uma lógica e me situo. Por mais que muita gente não acredite, eu não estou perdido nessa desordem, muitas vezes é exatamente ela que me faz ver melhor. Ocasionalmente a visão fica embaçada com alguns sentimentos que não fazem bem aos olhos da alma e me engano num sem querer querendo clássico. E quando o coração escolhe alguém pra gostar, escolhe porque sabe os meus gostos, mesmo que não os admita. Não desejo quem leva tudo para a vitrine, o mostruário sempre é vendido por um preço inferior ao preço dos itens que estão no estoque. Eu quero o que é raro e o que é raro, sabe-se, é mais caro. Não sou de fazer economias de sentimentos e quando amo gasto tanto amor que pouco sobra para outra pessoa ou para qualquer coisa. Gosto de descobrir, dispenso receitas, prefiro aprender com erros a seguir um manual de instruções e não saber o que fazer caso o perca.