quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Saudade é ruim demais...

Andei sentindo falta de algumas pessoas. É estranho perceber que algumas relações deixam de existir num espaço de tempo tão curto que não nos damos conta de quantos dias, meses ou anos se passaram. Pessoas entram e saem de nossas vidas muitas vezes sem avisar e sem dar explicação. Algumas, provavelmente a maioria, não nos fazem a menor falta e imaginamos a razão de nos relacionarmos com tanta gente que em nada nos acrescenta. Porém existem aquelas que permanecem dentro de nossos pensamentos mesmo quando estão distantes. Aquele amigo que viajou e deixou de mandar notícias há um tempão, a amiga que casou e agora não nos dá a mínima, a ex-namorada que acha que ex-namorados não podem ser amigos. Uma vez ou outra dá uma vontade insuportável de buscar onde quer que esteja aquele alguém com quem vivemos os melhores momentos de nossas vidas, com quem demos os nossos mais verdadeiros sorrisos e choramos as mais sinceras lágrimas. É uma vontade de saber como está e saber se os sentimentos permanecem os mesmos. Mas tem também aquele amigo que morreu cedo demais, as pessoas que gostávamos tanto (e continuamos gostando) e foram embora pra sempre deixando apenas lembranças e esse vazio insuportável que por mais que o tempo passe jamais será preenchido.


“Eu tenho medo e já aconteceu, eu tenho medo e ainda está por vir...” Belchior

Volta e meia reencontro esse mesmo medo. Nova paixão. Tudo novo. Agora desprezo todas as bocas que beijei antes. Tenho certeza do que já aconteceu e tenho mais certeza do que ainda está por vir. Talvez simples fogo de palha, como na maioria das vezes. Mas vem agora esse medo de decepcionar, de complicar o que ainda está simples e que por isso mesmo é tão bom. Um temor de ficar longe por muito tempo e de que aquele pedido de desculpas não seja aceito. Um medo de gostar mais do que eu suporte ou de conquistar e depois não querer mais. Porém, ao mesmo tempo em que envolve tantas complicações e tantos medos é também algo grandioso, excitante e renovador. É fonte de nova inspiração. É letra e música. É como frio e cobertor. Goiabada e queijo. Café e leite...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Vinte e Poucos Anos


Por mais que a gente tente disfarçar, os anos passam, a gente envelhece e vira adulto de uma hora para outra. A cada aniversário a gente toma um choque, caramba "tô" ficando velho! (e ainda comemoramos...). Vem uma enchurrada de responsabilidades inevitáveis, o emprego de verdade, o namoro que culminará em casamento, esse tipo de coisas das quais não podemos fugir. A ingenuidade da infância foi substituída pela perspicácia, a ousadia adolescente vai sendo sufocada e aos poucos vai dando lugar a uma prudência que no futuro pode nos impedir de buscar uma nova alternativa de felicidade. É um sentimento que nos compele a mudar nosso modo de pensar ou pelo menos o nosso modo de agir. Temos medo de nos tornarmos quarentões adolescentes (como aquele seu tio que acha que ainda está na década de 70) e viramos adultos aborrecidos com tudo. Se você ainda não sentiu, um dia sentirá o que eu estou sentindo agora, com vinte e poucos anos, cheio de atitudes e pensamentos tortos que precisam ser endireitados.

José Claudiomiro C. dos Santos,
Agora com 22 anos.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quando eu penso que tudo acabou não me dou conta que tudo está apenas recomeçando.

Tudo, e não é por força de expressão, realmente tudo acaba, passa ou é esquecido. Até os átomos que compõem o universo se decompõem com o passar do tempo dando lugar a novos átomos em processos que eu nunca vou entender. Fios de cabelos caem e outros nascem. Ouvi dizer que a cada sete anos todas as células do nosso corpo são renovadas, já pensou?! Aquele moleque de sete anos atrás não existe mais! (Eu já desconfiava disso...) Se todas as coisas concretas da existência deixam de existir, o que falar então do que é intangível? Sentimentos, sonhos e lembranças. Esse tipo de coisas que poucas vezes compartilho e que são de única e exclusiva propriedade minha.

Acho extremamente complicado lidar com esse tipo de situação porque tenho uma necessidade infantil de nunca me desfazer do que gosto, e até compreendo isso, mas devo reconhecer que a roda da vida não pára e que se eu acumulasse tudo o que cativo não teria espaço para o novo, a aventura do totalmente desconhecido.

Sei que tenho que rever meu conceito ultrapassado de beleza, esquecer lembranças ruins e todos os maus sentimentos causados por elas. Trocar sonhos antigos e impossíveis por novos sonhos palpáveis e realizáveis (isso eu sei que não consigo). Amores velhos e falidos têm que dar espaço a novos amores.

Não posso manter paixões, prazeres e pessoas em minha vida. Entendo que devo aceitar e deixar que tudo passe para ter essa sensação tão boa (ou seria melancólica?) de recomeço.