terça-feira, 1 de setembro de 2009

Quando eu penso que tudo acabou não me dou conta que tudo está apenas recomeçando.

Tudo, e não é por força de expressão, realmente tudo acaba, passa ou é esquecido. Até os átomos que compõem o universo se decompõem com o passar do tempo dando lugar a novos átomos em processos que eu nunca vou entender. Fios de cabelos caem e outros nascem. Ouvi dizer que a cada sete anos todas as células do nosso corpo são renovadas, já pensou?! Aquele moleque de sete anos atrás não existe mais! (Eu já desconfiava disso...) Se todas as coisas concretas da existência deixam de existir, o que falar então do que é intangível? Sentimentos, sonhos e lembranças. Esse tipo de coisas que poucas vezes compartilho e que são de única e exclusiva propriedade minha.

Acho extremamente complicado lidar com esse tipo de situação porque tenho uma necessidade infantil de nunca me desfazer do que gosto, e até compreendo isso, mas devo reconhecer que a roda da vida não pára e que se eu acumulasse tudo o que cativo não teria espaço para o novo, a aventura do totalmente desconhecido.

Sei que tenho que rever meu conceito ultrapassado de beleza, esquecer lembranças ruins e todos os maus sentimentos causados por elas. Trocar sonhos antigos e impossíveis por novos sonhos palpáveis e realizáveis (isso eu sei que não consigo). Amores velhos e falidos têm que dar espaço a novos amores.

Não posso manter paixões, prazeres e pessoas em minha vida. Entendo que devo aceitar e deixar que tudo passe para ter essa sensação tão boa (ou seria melancólica?) de recomeço.